Olá amigas e amigos!!!
Por aqui tudo indo muito bem com as graças de Deus, e que ele nos abençoe sempre!!!
Obrigada de coração aos comentários sempre gentis, de fé e amizade que recebo, dentro do possível vou colocando as visitas em dia...pois posso até demorar, mais com certeza retribuo os comentários, com muito carinho e alegria. Hoje venho compartilhar um projeto especial, sobre recorte na pré-escola. Então já adianto que o post é longo e direcionado especialmente aos profissionais dessa área. Espero que ajude, para quem tem crianças pequenas, também vale conferir a forma correta de iniciarmos os recortes, que começaremos manualmente, até chegarmos ao uso da tesoura. Vamos iniciar!!!
1- Introdução:
A criança normal se serve de suas mãos desde muito cedo para realizar aprendizagens progressivas: jogar, comer, vestir-se. Estes atos fazem parte da atividade espontânea diária, que aprende sem dificuldades.
A educação sistemática da coordenação dinâmica manual que leva implícita em si o exercício viso-motriz, supõe o conhecimento de sua organização e dos esquemas evolutivos da mesma. De acordo com isto se fará a metodização das dificuldades, que em forma progressiva, se oferecerão à criança de 4 e 6 anos, a se esta possui uma boa integração intelectual e motriz pode-se assim, exigir de seu potencial motor o máximo de rendimento.
Há uma necessidade de a criança efetuar exercícios viso-motores ordenados de acordo com as etapas do desenvolvimento de coordenação dinâmica manual, porque através destes exercícios ela chegará sem dificuldades a obter precisão necessária para conseguir o domínio do lápis na escrita e a acuidade na percepção visual, necessária para a aprendizagem da leitura.
É preciso observar que a criança aos 5 anos já adquiriu uma básica precisão de movimentos através de exercícios e jogos que contribuem para educar o movimento dos grandes músculos e obter a flexibilidade e precisão dos mesmos.
2- Atividades de coordenação viso-motora e dinâmica manual:
A- Recortes sem tesoura, rasgados de papel:
É uma atividade que tem valor múltiplo. Exige movimentos de pequena amplitude que são exclusivamente digitais, intervindo os dedos polegar e indicador. É uma tarefa complementar dos movimentos preensores aperfeiçoados, que a criança realiza nos exercícios prévios de manipulação.
É favorável às crianças hipo (abaixo) e hipertônicas ( acima acelerado), já que a delicadeza do movimento de rasgar o papel e a sucessiva diminuição no tamanho que deve conseguir, até realizar pequenos mosaicos irregulares, exige um equilíbrio nos movimentos do pequenos deslocamento que é benéfico a criança.
1- Exercícios livre do recorte a dedo:
Rasgado correto do papel: os exercícios iniciais possuem marcada prevalência de movimentos digitais puros: a criança deve rasgar o papel prestando atenção só a seu tamanho e à forma de rasgá-lo com pequenos movimentos de caráter bimanual, que devem estar bem equilibrados. É um exercício psicomotor complementar da modelagem da bolinha, porque em ambas as tarefas é preciso efetuar um cálculo do gasto de força muscular e dosá-la para que o resultado seja correto; são duas atividades que medem e regulam a impulsividade do gesto.
O rasgado deve obedecer a uma sequência, sendo que ela só será atingida se a criança tiver liberdade para o movimento, se houver uma aplicação do trabalho em confecção de saias, enfeites para mural e outras atividades de acordo com a criatividade da professora.
Deve-se mostrar às crianças a posição de pinça com o dedo indicador e o polegar e usar o papel de jornal ou revista de textura semelhante, com cores diversas que não ofereçam resistência ao rasgar.
Utilizar a expressão "papel picado" e explicar a finalidade do trabalho para que a criança valorize a sua preparação para a escrita e leitura.
Sequência:
a) Em tiras
b) Em pedaços grandes
c) Em pedaços pequenos
2- Exercícios de colagem:
A complexidade dos lineamentos seguintes exigem que se coordenem bem os movimentos de ambas as mãos, não só nos movimentos puros, mas também nos exercícios de colagem, onde a criança enfrenta novas experiências constituídas pelo manejo simultâneo de vários elementos: papel, pincel e cola. O mosaico se converte nestas atividades, por meio de aplicação sobre objetos, em um verdadeiro exercício de manipulação que ajudará a obter maior precisão nos gestos.
Atividades: passar cola na superfície de uma folha de tamanho ofício e colar sobre ela os pedaços de papel.
a) Colar pedaços grandes - a coordenação viso-motora é atingida quando não sobra papel picado para fora do papel ofício e não há colagem de um pedaço sobre o outro.
b) Graduar o tamanho em sentido decrescente até colar papaizinhos.
c) Cobrir a tampa de uma caixa, tampa de vidro, uma caixa inteira externamente com pedaços menores.
d) Colar papel com limite superior marcado - nesta fase e nas outras que se seguem nas quais se combina sempre o papel picado com passar cola e colagem já sobre desenhos que ofereçam dificuldades crescentes, existe uma maior complexidade, pois às características anteriores se acrescenta uma agudeza na coordenação viso-motora que é exigida pela limitação que impõem os contornos do desenho e a dupla tarefa de passar cola e colar. Desta forma se provoca o dinamismo manual em todos os seus aspectos: como exercício de dissociação digital e equilíbrio nos movimentos manuais durante a operação de rasgar e como exercício de inibição e precisão de movimentos no passar cola e colar.
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Nuvens de papel picado, traços marcado pela professora. |
e) Cobrir a parte inferior de uma cena que contenha elementos simples em seu limite superior;
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Desenho da própria criança, risco de lápis no meio da folha, feito pela professora, colagem de papel picado representando o chão.
f) Colar papel marcando o lugar em que deve ser colado (pedaços pequenos ) completando alguma cena. Ex.: maçãs de uma árvore.
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g) Colar papel em superfícies geométricas puras - nestes exercícios finais a coordenação viso-motora se aguça ao máximo exigindo grande precisão já que o papel será colado diretamente sobre formas desenhadas.
Cobrir superfícies de tamanhos médios de contornos irregulares simples.
Cobrir silhuetas de contornos irregulares de complexidade crescente. Ex.: peixes, pássaros, coelhinho da Páscoa ou outro desenho de acordo com a Unidade de estudo.
h) Recortar a dedo linhas retas desenhadas.
Ex.: Cerdas de escova.
i) Recortar a dedo:
1- linhas curvas suaves.
2- linhas curvas pronunciadas.
3- linhas quebradas.
4- linhas mistas de contornos simples.
5- estas linhas serão exercitadas separadamente e logo, poderão integrar-se em desenhos ou cenas.
6- recorte a dedo de silhuetas de contornos simples.
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Observação: Fazer esses desenhos grandes na folha de ofício ( papel sulfite).
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Estes exercícios podem ser desenvolvidos integralmente nas etapas correspondentes a 4 e 5 anos de idade motriz.
É muito importante que se utilize sempre o picado em confecção de murais, painéis, cartazes, cartões de Páscoa, Dia das Mães ou outro material, dentro do que está sendo estudado. Pode-se usar diferentes tipos de papel, completar com elementos diversos como pedaços de folhas, pétalas de flores, raspa de ponta de lápis, etc.
É também muito importante o valor que se dá ao trabalho da criança. Não espere e nem exija "obras de arte", pois estamos desenvolvendo a sua coordenação viso-motora, preparando-a para a escrita e a leitura, e não formando artistas. O bloqueio que ela sofrer ao ver depreciado seu trabalho irá influir no seu progresso. Variar bem as atividades, realizá-las na sequência certa, fornecer material e ambiente adequados e valorizar são requisitos básicos para este trabalho.
B) Recorte Com Tesoura.
1- Introdução:
Esta é uma atividade de caráter essencialmente dinâmico, com movimentos bimanuais de amplitude variável, que põem em jogo e desenvolvem ao máximo a coordenação viso-motriz delicada. Depende, esta atividade, de maturidade perceptiva, acuidade visual e atenção estabilizada.
2- Passos:
_ Pressão correta da tesoura: é importante mostrar à criança que o ato preensor se dá com a utilização correta dos dedos polegar e médio.
_ Exercícios de cortar sem material algum: efetuar cortes imaginários sem material. A finalidade é conseguir elasticidade nos movimentos digitais de flexão e extensão para que sejam sucessivos e coordenados e permitam logo o seu manejo correto.
_Manejo da tesoura: Corte em franja ao redor de uma folha de papel, sem desenho prévio. Para um corte correto (explicar ao aluno) o papel deverá ser sustentado firmemente, enquanto a mão contrária se move dirigindo a tesoura.
Corte em franja em tira de papel: nos extremos:
Em todo o comprimento:
Esta atividade pode ser complementada com exercícios de colagem em montagem de painéis, murais e outros trabalhos.
-Recorte de linhas desenhadas.
Nesse ponto o exercício adquire um caráter de complexidade. Serão linhas retas com uma separação entre uma e outra e uma marca final indicará retas com uma separação entre uma e outra e uma marca final indicará até onde deverá chegar o corte, o qual constitui por si só, um exercício de inibição de movimentos e ajudará a conseguir o controle voluntário na atividade viso-motora.
É conveniente colocar data nos trabalhos, pois assim se controlará o progresso da criança. Estes exercícios dever ser diários para conseguir-se o aperfeiçoamento da atividade.
-Recorte de tiras largas e compridas, usando diferentes cores que servirão para confeccionar variados enfeites: barras decorativas usando duas ou mais tiras de cores alternadas, cocar de índio, etc.:
-Obter formas geométricas partindo das tiras
a) quadrados ou retângulos.
b) triângulos (depois de obter o quadrado)
-Recorte de forma geométricas retilíneas variadas. - O corte correto nesta etapa é a resposta motriz adequada que representa uma perfeita coordenação que descansa sobre o freio inibitório dos movimentos. A altura destas formas não será menos que 6cm, pois o tamanho amplo facilitará o domínio da curva e a dimensão diminuirá com o aperfeiçoamento do recorte, chegando a círculos pequenos e linhas em ziquezague.
- Combinação de tiras e formas geométricas em vários tamanhos em aplicações de valor decorativo e frisos. Ex.: casas - Cortar cada porta separadamente, integrando a cena de um desenho.
- Recorte de círculos, meio círculos e um quarto de círculos; interagir com eles aplicações de valor estético.
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Recorte em linhas curvas.
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Recorte em linhas quebradas.
-Recorte em figuras com linhas curvas e quebradas.
Ex.:
-Recorte de figuras em revistas para montagem em papel ou para murais e painéis.
Superadas estas etapas, a precisão obtida se exercitará com a variação de materiais que servirão para complementar os trabalhos manuais do grupo a que a criança pertence: recorte em feltro, tecidos variados, plásticos resistentes, etc.; que poderão ser utilizados a partir deste momento para combinar com outras atividades.
Esse projeto foi retirado de uma apostila que se encontrava em meus materiais. Foi um curso oferecido em Belo Horizonte pela Supervisora pedagógica: Maria Inês Bizzotto Soares.
Tenham dias felizes e abençoados!!!
Bjokas...da Bia!!!
